Exu no Plano Astral
Os Exus e Pombagiras são energias conscientes que residem no
plano “Astral”. Esse plano habitado por espíritos é livre dos conceitos de
Tempo/Espaço. É um plano denso, pois os espíritos também necessitam de um
“corpo” muito similar ao invólucro material. Uma das grandes diferenças entre o
plano físico e o astral é a densidade da vibração, ou seja, no plano físico
temos espaços definidos (metros, quilômetros), assim como o tempo é medido em
minutos, horas, dias e anos. No Plano Astral as distâncias são cortadas apenas
com a densidade que o corpo astral projeta através do pensamento e o tempo
possui inúmeras entradas lineares, ou seja, o espírito pode viajar pelo
passado, presente e futuro na velocidade de sua vibração. Segundo a “Teosofia”,
o plano astral reflete-se como um plano de desejos e as atividades motivadas
pela vibração advinda dos pensamentos são muito intensas.
Como existe uma grande liberdade de formas no plano astral,
seres com controle do fluxo energético consegue plasmar formas variadas.
Grandes armadilhas podem ocorrer aos espíritos que não souberem reconhecer a
ilusão advinda de tais formas. Por conseguinte, os espíritos que tiverem seus
“mentais” libertos são forças extremamente perigosas.
O mundo astral é repleto de planos e subplanos. Não existe
um número que possa traduzir o tamanho desse "Oceano", porém, algumas
correntes alegam que, apesar de não ser possível medir a extensão, podemos
subdividir o astral em sete planos numa escala de materialidade.
0 1°, 2° e 3° plano astral são os mais afastados da Terra
física (material). Esses são parte do plano de controle do Falso Deus e, de
forma ilusória, representam os estágios supostos “Céus”, “Paraísos" ou
ainda a “Terra do Sol”. Os estudiosos alegam que são em tais estágios que os
espíritos gozam de boa aventurança. Pelas correntes espiritualistas esses três
planos são chamados “la classe”. O 4o e 5o plano já não são tão empíricos, pois
são planos onde as consciências ainda se relacionam com poucos aspectos
materiais. O 6° plano é o físico e material e o 7° é chamado de
"inframundo” ou ainda “Plano Infernal”.
Plano Infernal
Segundo tais linhas de raciocínio, quanto mais próximos ao
plano material, mais densa (e menos “divina") se torna a energia. Dito é
ainda que o 7° plano é desprovido de luz solar, portanto, é um plano escuro ou
“Reino da Noite”, chamado por alguns de “Umbral”, “Sheol” (hebreus) ou
“Kamaloka” (hindus). Os seguidores dessas correntes espiritualistas alegam que
os espíritos que residem nos planos mais densos são ignorantes e suas
consciências estão presas à matéria, ou seja, não se desligaram completamente
de suas vidas na Terra. É o lar de suicidas, cadáveres astrais, criaturas
monstruosas e zoomórficas, mortos vulgares, sombras obscuras e os feiticeiros
(as), magos negros e seus discípulos.
A Quimbanda Brasileira também enxerga em partes essa
divisão, todavia, entendemos que o sétimo plano é o local onde se concentrou o
'veneno da Grande Serpente descrito na Gênese da Quimbanda. Esse local foi
feito para abrigar as "fagulhas ígneas" e edificar o império dos
escolhidos. Dentro desse plano realmente existem as criaturas descritas e
repudiadas por outros segmentos religiosos, pois a manutenção de um império
necessita de trabalhadores cegos e facilmente manipuláveis que serão usados até
o momento em que não servirem mais propósitos de Vossa Majestade. Quando ocorre
isso, tais almas são conduzidas através dos portais e resgatadas pelos
'socorristas' astrais vinculados ao siste escravocrata do falso deus. O foco de
toda nossa crença reside nos campos energéticos formados pelos feiticeiros
(as), magos negros e seus discípulos, chamado por nós de Exus e Pombagiras.
Seres de inteligência elevadíssima; alimentados por forças que residem dentro e
fora dos planos cósmicos são Reis e Rainhas que construíram impérios conectados
e ao mesmo tempo autônomos. Esses impérios recebem o nome de "Os Sete
Reinos da Quimbanda”.
É importante salientarmos que o Reino Obscuro não escraviza
nenhuma alma. Todas as almas sugadas para esse plano já vivem em estados
mentais de completa escravidão. Entretanto, o Reino de Maioral não se destina
às pessoas estagnadas, feitas para serem contínuos emissores energéticos e cuja
inércia mental o impossibilita de evoluir. O Reino é para os escolhidos e para
aqueles que escolhem a libertação através da força de Maioral e de seus
guerreiros Exus.
A ilustração demonstra claramente que os sete Reinos Negros
astrais possuem entradas nos Reinos do plano físico. Através dessas entradas
ocorrem as manifestações do Povo de Exu na vida dos seres humanos. Cada ser
humano vibra em uma intensidade que atrai (tanto conscientes quanto
inconscientes) a realidade à suas vidas e os espíritos afins. O grau de conexão
vibratória entre os adeptos e os Reinos é o que determina a presença e força de
ação dos mesmos, ou seja, ao se captar a energia de um Exu, independente de
qual “Povo” o mesmo pertencer, sua ação dependerá muito da descarga energética
e da reconstrução física (assentamento/ ponto de força) proporcionada pelo
adepto iniciado.
Os Reinos ao se manifestarem no plano físico são energizados
pelas correntes produzidas em escala superior, ou seja, a força da natureza e
de todas as pessoas, conscientes ou não, alimentam tais portais. Dessa forma, a
aplicabilidade de ações construtivas, corretivas ou destrutivas e a recondução
dos espíritos aos, direito fundamentalmente carecem de um Exu. Para ter acesso
a qualquer astral, todas as almas devem passar pelos portais de um dos Reinos
de Exu, onda avaliados, julgados e direcionados conforme a densidade energética
e a obscuridade mental. Desse procedimento, existem cinco vias que os espíritos
podem ser locados:
- Ser conduzido para o plano astral mais sutil com fins de
reencarnação posterior;
Espíritos que carregam energias derivadas de formações
religiosas sólidas (em correntes da 'Falsa Luz') e que não possuem grandes
pendências psicológicas. Esses espíritos emanam energias pacíficas, libertam-se
dos enlaces materiais com facilidade e são conduzidos 'como cordeiros
domesticados' aos planos astrais mais sutis para comporem novas correntes. São
espíritos cegos, cuja essência exemplifica os ‘homens de barro'.
-Ser arrebanhado por “socorristas astrais”;
Ocorre para os espíritos que estão acorrentados aos seus
dogmas e conceitos éticos/ morais internos de forma reversível e gradativa.
Segundo a doutrina espírita, tais seres serão conduzidos às “Colônias”
(cidadelas astrais) de regeneração e recuperação. Os espíritos mais
"evoluídos” que atuam em tais espaços astrais são denominados
"socorristas” e reequilibram os espíritos preparando-os para uma nova
jornada de reencarnação. Quando aptos ao reencarne, são conduzidos à planos
mais sutis, tem sua memória ancestral “aprisionada” e recebem sua nova jornada
escrava no plano terrestre.
-Ser condenado a vagar entre os mundos em busca de luz e
evolução com sua memória material esgotada;
Espíritos repletos de frustrações, traumas e decepções tão
agudas que os aprisionam em labirintos psíquicos fortíssimos. Vagam entre os
mundos em busca de luz e por vezes não entendem que não estão mais entre os
vivos (material). Constantemente em estados apáticos, letárgicos (cadáveres
astrais) e submissos, não são objeto de desejo das correntes espirituais mais
densas, porém, são usados para determinados fins. Muitas vezes levam anos neste
estágio até encontrarem a força interior que os desperte ou sejam conduzidos a
um portal para buscarem apoio dos espíritos encaminhadores (socorristas).
-Ser escravizado como medida punitiva;
Espíritos repletos de falhas graves, que ao longo da vida
material jamais buscaram respostas para o autoconhecimento e nunca observaram o
lado espiritual apenas deleitaram-se com vícios mundanos e sentimentos
apaixonados. Tais espíritos cegos, conscientes ou não, tonaram-se um estorvo
para a evolução dos que cercavam através de suas atitudes obsessivas, ações
violentas e insanas motivadas exclusivamente pelas “paixões". Quando
desencarna é capturado e passa ser escravo algum Ser desagregador. Esse
espírito pode, depois de muito sofrer e aprender, encaminhado para uma legião
de Exu ou ser encaminhado para um plano socorrista” (quando não serve para as
colunas do “Povo da Noite”), todavia, tais seres costumam permanecer no estado
de escravo por muitos anos.
Ser arrebanhado pelas sendas de Exu, aprender manipular as
forças do plano astral (através de magia e feitiçaria) e burlar a Lei de
Reencarnação, tida como um das Leis Naturais de Evolução.
Como dito em outros textos, “Exu” (“catiço") é um
título, uma honraria recebida por alguns espíritos. A senda de um Exu não é
fácil, afinal, para fazer parte de uma Legião, o espírito deve superar alguns
aspectos pessoais, absorver o conceito “Povo", deixar de lado certos
traços humanizados e ser um agente de grandes mudanças. Esse título não tem
nenhuma relação com a opção religiosa que a alma tinha antes de padecer na
matéria, afinal, não existe “Exu Pagão e Exu Cristão”. Todos os seres um dia
fizeram parte de religiões antigas ao longo do ciclo reencarnatório, portanto,
foram pagãos e alguns, arrebanhados há menos tempo, compunham os bancos de
Igrejas Católicas, Protestantes e Mesquitas. A chama que o espírito carrega não
é medida pela religiosidade na última encarnação e sim pelos impulsos emitidos
ao longo e pós a vida na matéria.
Esses impulsos é que diferenciam a densidade dos seres e a
senda espiritual ao qual deve fazer parte. Portanto, o Exu que se manifesta na
Quimbanda diferencia-se dos espíritos que vem na Umbanda pela densidade que
emite, pela forma com que aplica suas cargas, pelo grau magístico que ostenta,
pela pluralidade de fontes energéticas, pelo posicionamento diante Leis e
condutas e principalmente a ação dentro dos embates de polaridade. Apesar de
ostentarem o mesmo título “Exu” não significa que sejam iguais ou sequer
parecidos. Exu é apenas um nome, uma forma de reconhecimento, usada tanto por
um lado quanto pelo outro.
Exus mais densos costumam ser qualificados como espíritos
atrasados, por vezes até de “Kiumbas” (termo erradíssimo), porém, só qualifica
dessa forma pessoas que desconhecem que o título de “Exu” não é dado para seres
despreparados. Apesar do arquétipo ser mais agressivo, espíritos densos são
poderosos mestres e acaçapam sua Sabedoria para que não sejam distorcidas pelos
semelhantes. Os seres humanos não são iguais energeticamente, portanto, os
mentores espirituais também não o são. Evoluir não significa abandonar os
planos escuros e densos, afinal, a luz desperta individualmente e internamente.
Existem Exus que são mensageiros e outros a própria mensagem...
Os seres obscuros vivem a plenitude de suas existências
dentro de seus próprios abismos e são profundos conhecedores do astral.
Plasmam-se da maneira que desejarem e atuam em conformidade com sua carga
energética. Esotericamente, entendemos que tais seres alcançaram o topo de suas
“alquimias negras”, ou seja, obscureceram suas jornadas e romperam seus dogmas
de tal forma que se encontram libertos de todos os vícios mundanos.
A “Alquimia Negra” é o processo de obscurecimento da alma
para a ressurreição da luz verdadeira que se encontra encarcerada nos abismos
internos. Os Exus, através da compreensão plena, escurecem seus Egos, despertam
internamente, aniquilam os efeitos das emoções, elevam-se intelectualmente,
aprendem dominar-se mentalmente e são elevados através da realização divina em
despertar o fogo interno outrora aprisionado. Com essas faculdades despertas,
trabalham e guerreiam para que os homens tenham um desenvolvimento pessoal
amplo e possam “rasgar à venda” que os impede de enxergar a verdade e evoluir
espiritualmente.
O Exus também são responsáveis em manter abertas as
passagens entre o mundo material e o mundo astral, portanto, além de exercerem
a guarda dessas "entradas e saídas”, são mensageiros do conhecimento
oculto (gnose) que receberam e recebem continuamente. Esse aprendizado
evolutivo contínuo que transforma um espírito cerceado em um glorioso “Arauto
da Escuridão Viva”.
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