Orísá Èsú (breve relato)
Dentro dos cultos religiosos Nagô, que envolvem os ebora, os
orixás e todos os Irúmmmale, Èsú é a força motriz geradora, construtiva,
dinâmica de todos os seres que existem. Forçosamente, Èsú participa de tudo,
pois sem seu 'asé, não haveria expansão, tampouco, vida individualizada. Desse
modo, Esú é o próprio desenvolvimento, crescimento, transmutação e comunicação
dos seres.
Segundo a corrente africana, todos os seres (incluindo os
próprios orixás) possuem seu Esú (Bara) como uma espécie de tratamento
(medicamento) para ser usado conforme as necessidades. Os Nagôs alegam a
existência de centenas de Esús espalhados com competências diversas, inclusive
as de regulamentar os animais e vegetais. Esse Ser é o direcionador da
evolução, "abrindo e fechando” os caminhos necessários e causando as
revoluções necessárias para a evolução individual. Dentro de suas atribuições,
existe o fator de procriação e o povoamento.
A simbologia de Esú é enorme, assim como suas lendas e
mitos. Podemos dizer que Esú é resultado da fusão de água e terra, do poder
dinâmico (+) e receptivo (-) masculino e feminino do sangue branco e do sangue
vermelho.
Esú pode ser traduzido como esfera, movimento e
continuidade. As lendas africanas retratam-no como um Deus irreverente,
sensual, brincalhão e por vezes até agressivo, pois pode causar disputas e
desgraças às pessoas que devem algo. Ele, esse Deus possui grande sabedoria,
conhece como ninguém a psique humana e suas ações podem alavancar a vida dos
seus seguidores. O tempo tratou de consagrá-lo como guardião dos templos, das
ruas, estradas e encruzilhadas. Mas sob os padrões morais cristãos é a
expressão do mal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário