Vossa Majestade Maioral e Exu
O que será exposto sobre essa relação não é algo com
embasamento histórico, pois foram entendimentos e sabedorias transmitidos pelos
espíritos a alguns adeptos de nossa Tradição. É uma forma das pessoas
entenderem que nem todos os espíritos que se apresentam como 'Exu' fazem parte
da corrente de Quimbanda.
O nome Exu tornou-se popular pela associação que o mesmo
tinha com o Diabo. O culto ao diabo Exu, certo ou errado foi se proliferando
dentro das casas de religião e arrebanhando seguidores em todo território
brasileiro. As pessoas foram criando campos energéticos a partir dos
ensinamentos africanos, indígenas e europeus que funcionavam como grandes
portais abertos, como estradas por onde passam centenas de espíritos. A
influência de V.S. Maioral cegou centenas de pessoas sobre o risco que essas
passagens trariam para o sistema vigente e fez com que alguns espíritos
escolhidos começassem a transitar pelas mesmas estradas que os espíritos
imundos, haja vista que jamais poderiam ver ou sentir a essência que os mesmos
carregavam. Em contato com os humanos, os escolhidos ocultos sob o pseudônimo
de Exu, tiveram a missão de expandir as portas de entrada e arrebanhar
espíritos afins para comporem as Legiões de V.S. Induziram os homens na
introdução dos sigilos, chamados de ‘Pontos Riscados', criaram formas
nominativas que os separavam em grupos, resgataram a ancestralidade desperta,
enfim, expandiram o Reino de Maioral.
Quando V.S. desejou, começou a separar esses espíritos por
afinidade. Maioral enxergou na ancestralidade africana a força apropriada para
edificar um culto próprio. Dessa forma, aproveitando-se de todo contexto
histórico e político que essa terra vivia, nasceu, de um nome incompreendido,
uma das religiões mais temidas da Terra: A Quimbanda. Quimbanda continua sendo
o Sacerdote de Cura, mas essa cura não é para doenças físicas e espirituais, é
a cura da cegueira e domínio do Ego, é a cura para uma doença que se chama
escravidão.
Maioral não desejou que fosse edificada uma doutrina, pois o
culto estava em expansão e mutação. Dessa maneira, foi se desenvolvendo de
formas diversas dentro das casas de religião e aos poucos alguns fundamentos
mostraram-se comuns a todos os adeptos. Maioral deu e dá liberdade de culto aos
escolhidos, pois suas práticas, por vezes caóticas, permitem a aproximação de
outras correntes, qualidades de espírito e egrégoras. A Quimbanda absorveu e continua
a absorver a magia, a feitiçaria e a necromancia. E a religião do movimento,
verdadeira e única religião de Exu.
O caminho dos espíritos para a Legião de Exu
Como dito anteriormente, quando um ser humano desencarna
continua com certos traços de consciência e a Quimbanda Brasileira, segundo
nossa Tradição, os classifica da seguinte maneira:
1. Espíritos transitórios;
2. Espíritos vagantes e perdidos;
3. Espíritos revoltados;
4. Espíritos obsessores;
5. Espíritos Escolhidos.
Os espíritos Transitórios são assíduos seguidores de suas
escravistas formações religiosas que, ao desencarnarem, não carregaram consigo
dúvidas espirituais. As possíveis decepções e frustrações que tiveram em vida
não são fortes o suficiente para acorrentá-los. Quando partem da vida material
estão no estado hipnótico adequado para continuarem suas jornadas na roda das
reencarnações. Geralmente são alicerces familiares e deixam na Terra
sentimentos de saudade e nostalgia. São inertes, passivos e tão cegos
espiritualmente que são desprezados pelos espíritos despertos.
Os espíritos Vagantes e Perdidos são os que desencarnam
carregados de frustrações, traumas e decepções tão agudas que os aprisionam em
labirintos psíquicos fortíssimos. Vagam pelas encruzilhadas em busca de
respostas e por vezes não entendem que transpuseram o invólucro material. Vivem
no plano astral em estados apáticos e submissos e não são objeto de desejo das
correntes espirituais mais densas, porém, são usados para determinados fins
obscuros. Permanecem neste estágio por muito tempo, até encontrarem a força
interior que os ilumine para buscarem apoio dos Povos encaminhadores.
Os espíritos Revoltados são os que partiram da matéria com
algum tipo de revolta. Não se obscurecem completamente, mas são atraídos por
correntes de espíritos justiceiros. Como ainda possuem resquícios de suas
formações religiosas e morais, são analisados pelo Povo de Exu e, quando
desejados, passam integrar alguma Legião. Quando indesejados significa que são
fracos e essa revolta é superficial, então são jogados pelo Cruzeiro das Almas
para algum plano socorrista da 'Falsa Luz'.
Os espíritos Obsessores são os que partiram da matéria com
fortes impulsos de vingança. Não se conformam com os acontecimentos e procuram
de todas as formas concluir os impulsos que tinham enquanto na matéria
estiveram. São ferozes, rebeldes e toda formação religiosa e moral que possuíam
enquanto na matéria estiveram, são dragadas pelo obscurecimento de seus corpos
astrais. Quando possuem o fogo obscuro na essência, tornam-se objeto de desejo
das correntes de Exu, todavia, quando foi obscurecido apenas pelas falhas
comportamentais e descontrole emocional, são facilmente integrados a outras
falanges de espíritos imundos. Grande parte desses espíritos se tornam Exus e
Pombagiras que trabalham nas correntes demiúrgicas.
Os Espíritos Escolhidos são aqueles cuja espiritualidade é
latente como uma chama incessante, são pessoas direcionadas aos estudos
esotéricos profundos. Incansáveis buscadores, quando atraídos pelas correntes
de Exu, tornam-se objeto de zelo e honra pela corrente. Suas jornadas materiais
não são fáceis, haja vista que se tornam perigosas armas de embate ao Sistema
Regente, porém, não se curvam a nenhuma estrutura estagnada. Quando partem da
matéria são recebidos com Glórias pelas Correntes de Exu e direcionados aos
Campos Magnéticos onde deixaram seus lastros.
Os espíritos Escolhidos, Revoltados e os Obsessores são a
matéria prima que compõem as Legiões de Exu e Pombagira. Após serem
arrebanhados pelas legiões, são doutrinados e treinados pelos Chefes do Povo e,
após muito estudo e aprendizados evoluem e podem compor a espiritualidade de
outro ser humano. São atraídos aos Reinos segundo as vibrações que carregam no
astral, portanto, nos planos espirituais, a Lei de Atração é fundamental para a
formação dos Reinos de Exu.
Significado do termo “Catiço”
Termo “Catiço” pode ser entendido como um sinônimo de esperteza.
Numa análise mais profunda, “Catiço” também é um termo popular para definir
tanto crianças hiperativas, quanto pessoas com má índole. “Catiça” é outra
palavra de mesma raiz que pode ajudar esclarecer outros aspectos, afinal, seu
significado assemelha-se a “mandinga”, “mal-olhado” e azar. Portanto, espíritos
“Catiços” são os desencarnados espertos, rápidos, ativos, com doçura e maldade
quando necessário e que possuem a energia da mandinga, do feitiço, da boa sorte
e do azar.
Os Exus-Egúns ou Exus-Catiços, manifestam-se através de
evocações e invocações. Quando invocados dos planos astrais, podem incorporar
em determinadas pessoas que possuem faculdades despertas somadas a um alto grau
perceptivo. Tais pessoas são chamadas de “médiuns”, intermediadores que regulam
a descarga energética entre suas matérias densas e o corpo espiritual de seres
falecidos.
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