sábado, 2 de março de 2019

Quimbanda audiobook parte 09









Vossa Majestade Maioral e Exu

O que será exposto sobre essa relação não é algo com embasamento histórico, pois foram entendimentos e sabedorias transmitidos pelos espíritos a alguns adeptos de nossa Tradição. É uma forma das pessoas entenderem que nem todos os espíritos que se apresentam como 'Exu' fazem parte da corrente de Quimbanda.
O nome Exu tornou-se popular pela associação que o mesmo tinha com o Diabo. O culto ao diabo Exu, certo ou errado foi se proliferando dentro das casas de religião e arrebanhando seguidores em todo território brasileiro. As pessoas foram criando campos energéticos a partir dos ensinamentos africanos, indígenas e europeus que funcionavam como grandes portais abertos, como estradas por onde passam centenas de espíritos. A influência de V.S. Maioral cegou centenas de pessoas sobre o risco que essas passagens trariam para o sistema vigente e fez com que alguns espíritos escolhidos começassem a transitar pelas mesmas estradas que os espíritos imundos, haja vista que jamais poderiam ver ou sentir a essência que os mesmos carregavam. Em contato com os humanos, os escolhidos ocultos sob o pseudônimo de Exu, tiveram a missão de expandir as portas de entrada e arrebanhar espíritos afins para comporem as Legiões de V.S. Induziram os homens na introdução dos sigilos, chamados de ‘Pontos Riscados', criaram formas nominativas que os separavam em grupos, resgataram a ancestralidade desperta, enfim, expandiram o Reino de Maioral.
Quando V.S. desejou, começou a separar esses espíritos por afinidade. Maioral enxergou na ancestralidade africana a força apropriada para edificar um culto próprio. Dessa forma, aproveitando-se de todo contexto histórico e político que essa terra vivia, nasceu, de um nome incompreendido, uma das religiões mais temidas da Terra: A Quimbanda. Quimbanda continua sendo o Sacerdote de Cura, mas essa cura não é para doenças físicas e espirituais, é a cura da cegueira e domínio do Ego, é a cura para uma doença que se chama escravidão.
Maioral não desejou que fosse edificada uma doutrina, pois o culto estava em expansão e mutação. Dessa maneira, foi se desenvolvendo de formas diversas dentro das casas de religião e aos poucos alguns fundamentos mostraram-se comuns a todos os adeptos. Maioral deu e dá liberdade de culto aos escolhidos, pois suas práticas, por vezes caóticas, permitem a aproximação de outras correntes, qualidades de espírito e egrégoras. A Quimbanda absorveu e continua a absorver a magia, a feitiçaria e a necromancia. E a religião do movimento, verdadeira e única religião de Exu.
O caminho dos espíritos para a Legião de Exu
Como dito anteriormente, quando um ser humano desencarna continua com certos traços de consciência e a Quimbanda Brasileira, segundo nossa Tradição, os classifica da seguinte maneira:

1. Espíritos transitórios;
2. Espíritos vagantes e perdidos;
3. Espíritos revoltados;
4. Espíritos obsessores;
5. Espíritos Escolhidos.

Os espíritos Transitórios são assíduos seguidores de suas escravistas formações religiosas que, ao desencarnarem, não carregaram consigo dúvidas espirituais. As possíveis decepções e frustrações que tiveram em vida não são fortes o suficiente para acorrentá-los. Quando partem da vida material estão no estado hipnótico adequado para continuarem suas jornadas na roda das reencarnações. Geralmente são alicerces familiares e deixam na Terra sentimentos de saudade e nostalgia. São inertes, passivos e tão cegos espiritualmente que são desprezados pelos espíritos despertos.
Os espíritos Vagantes e Perdidos são os que desencarnam carregados de frustrações, traumas e decepções tão agudas que os aprisionam em labirintos psíquicos fortíssimos. Vagam pelas encruzilhadas em busca de respostas e por vezes não entendem que transpuseram o invólucro material. Vivem no plano astral em estados apáticos e submissos e não são objeto de desejo das correntes espirituais mais densas, porém, são usados para determinados fins obscuros. Permanecem neste estágio por muito tempo, até encontrarem a força interior que os ilumine para buscarem apoio dos Povos encaminhadores.
Os espíritos Revoltados são os que partiram da matéria com algum tipo de revolta. Não se obscurecem completamente, mas são atraídos por correntes de espíritos justiceiros. Como ainda possuem resquícios de suas formações religiosas e morais, são analisados pelo Povo de Exu e, quando desejados, passam integrar alguma Legião. Quando indesejados significa que são fracos e essa revolta é superficial, então são jogados pelo Cruzeiro das Almas para algum plano socorrista da 'Falsa Luz'.
Os espíritos Obsessores são os que partiram da matéria com fortes impulsos de vingança. Não se conformam com os acontecimentos e procuram de todas as formas concluir os impulsos que tinham enquanto na matéria estiveram. São ferozes, rebeldes e toda formação religiosa e moral que possuíam enquanto na matéria estiveram, são dragadas pelo obscurecimento de seus corpos astrais. Quando possuem o fogo obscuro na essência, tornam-se objeto de desejo das correntes de Exu, todavia, quando foi obscurecido apenas pelas falhas comportamentais e descontrole emocional, são facilmente integrados a outras falanges de espíritos imundos. Grande parte desses espíritos se tornam Exus e Pombagiras que trabalham nas correntes demiúrgicas.
Os Espíritos Escolhidos são aqueles cuja espiritualidade é latente como uma chama incessante, são pessoas direcionadas aos estudos esotéricos profundos. Incansáveis buscadores, quando atraídos pelas correntes de Exu, tornam-se objeto de zelo e honra pela corrente. Suas jornadas materiais não são fáceis, haja vista que se tornam perigosas armas de embate ao Sistema Regente, porém, não se curvam a nenhuma estrutura estagnada. Quando partem da matéria são recebidos com Glórias pelas Correntes de Exu e direcionados aos Campos Magnéticos onde deixaram seus lastros.
Os espíritos Escolhidos, Revoltados e os Obsessores são a matéria prima que compõem as Legiões de Exu e Pombagira. Após serem arrebanhados pelas legiões, são doutrinados e treinados pelos Chefes do Povo e, após muito estudo e aprendizados evoluem e podem compor a espiritualidade de outro ser humano. São atraídos aos Reinos segundo as vibrações que carregam no astral, portanto, nos planos espirituais, a Lei de Atração é fundamental para a formação dos Reinos de Exu.

Significado do termo “Catiço”

Termo “Catiço” pode ser entendido como um sinônimo de esperteza. Numa análise mais profunda, “Catiço” também é um termo popular para definir tanto crianças hiperativas, quanto pessoas com má índole. “Catiça” é outra palavra de mesma raiz que pode ajudar esclarecer outros aspectos, afinal, seu significado assemelha-se a “mandinga”, “mal-olhado” e azar. Portanto, espíritos “Catiços” são os desencarnados espertos, rápidos, ativos, com doçura e maldade quando necessário e que possuem a energia da mandinga, do feitiço, da boa sorte e do azar.
Os Exus-Egúns ou Exus-Catiços, manifestam-se através de evocações e invocações. Quando invocados dos planos astrais, podem incorporar em determinadas pessoas que possuem faculdades despertas somadas a um alto grau perceptivo. Tais pessoas são chamadas de “médiuns”, intermediadores que regulam a descarga energética entre suas matérias densas e o corpo espiritual de seres falecidos.

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